(Foto: Divulgação)
No final do ano passado, o BitTorrent lançou um navegador
que permite hospedar conteúdo na internet usando o conceito de
compartilhamento dos arquivos torrent. E, mesmo tendo entrado em testes
há pouquíssimo tempo, a novidade já dá sinais de que pode ter chegado
para mudar a forma como a internet funciona.
Batizado de Project Maelstrom, o navegador construído sobre a mesma
arquitetura do Chrome faz com que páginas não precisem ser hospedadas em
um servidor; ao invés disso, são os próprios internautas que as mantêm
no ar - exatamente como ocorre com arquivos torrent.
Quando uma página torrent (como eles chamam esses sites) é colocada
no ar, seu publicador fica sendo o hospedeiro. Assim que recebe uma
visita pelo Maelstrom, o visitante passa a dividir a hospedagem; quando
um terceiro internauta chegar ao endereço, fará a conexão com dois
“servidores" e ainda se tornará mais um.
Esse esquema praticamente inviabiliza ataques de negação de serviço
(DDoS), um dos métodos mais eficazes de se derrubar um site atualmente
(é assim, por exemplo, que hackers vivem tirando a PlayStation Network
do ar). Isso porque a intenção do ataque é sobrecarregar o servidor,
como as páginas torrent não têm hospedagem centralizada, é praticamente
impossível aumentar o acesso a ponto de derrubá-las.
“Quando um site não está preparado para um carregamento massivo de
usuários, seu servidor cai”, ressalta Rob Velasquez, gerente de produto
do BitTorrent, ao MIT. “Isso não acontece com BitTorrent: quanto mais visualizada a página é, mais usuários a pessoa tem para baixar o arquivo.”
Segundo ele, milhares de desenvolvedores estão testando o Maelstrom,
sendo que um deles até criou um plugin que permite publicação de
conteúdo no Wordpress dentro do formato torrent. A versão pública do
navegador deve chegar até o fim do ano, quando ele será levado ao grande
público.
Então as grandes empresas precisarão ser convencidas de que vale a
pena criar páginas dessa forma e os desenvolvedores de navegador, como
Google (Chrome), Microsoft (Internet Explorer) e Mozilla (Firefox), de
que seus produtos devem ser atualizados para oferecer suporte ao novo
formato.
Se isso acontecer, serviços como Netflix e YouTube, que carregam boa
parte do tráfego de dados da internet, podem beneficiar os clientes com
produtos que não caem nunca. E governos teriam sites à prova de
desastres, o que seria um ganho considerável, visto que páginas
informativas costumam sair do ar justamente quando se precisa delas.
Fonte: OlharDigital









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